domingo, 23 de agosto de 2009

E´, Tê? (Sarcopoema a quatro mãos)






Soube por um sobrinho
De uma amiga
Que, aliás,
Tentou ser relacionamento seu
Que acredita entre nós haver
Seres de outros planetas
Fantasiados
Como você e eu.


E que sua amiga
Portanto amiga
De moça pretendente
De sobrinho meu
Na praia
Outro dia avistou
Não um
Mas do-is
Objetos voadores
Que não identificaríamos
Nem você
Nem eu.


Abraçadas na árvore
Vou lá e pergunto:
O que foi que aconteceu?!
E elas me respondem:
Vimos seres
Fantasiados como ela e eu.

Até que assumam
Serem elas os seres
Aqui trazidas por objeto voador
Que, já disse,
Não identificaríamos
Nem você nem eu
Vou correndo de Mônica,
Fugindo de Te(resa)
E rindo muito
Você e eu.

Momentos inesquecíveis são: aqules que guardamos com as pessoas queridas e nos importamos com elas e convivemos.

Felicidade clandestina – Clarice Lispector




Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.







Frase dela: Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

História de Amor


História de Amor

Teu olhar, teu semblante
Teu sorriso.
Pasmo fica eu só de pensar
Ternura deposita esperança em meu coração.
Que está dominado de trevas e obscuridades incessantes.
Teu carinho me proporciona felicidade momentânea, quebrando todo mal nele que deixara de existir.
Naquela noite, quando conversamos tudo era pacífico, superlativa.
Antes horrores era dito entre nós, moléstias!
Algum êxito alcançado?
Ainda não, mas depois dos pesares dos pesares, há de surgir-lo, não sei quando!
Angustia foi tomando conta da situação, era tudo horrível.
Até a ligação acabar tudo era moléstia, Angústia?
Acabara a ligação em que estávamos entretidos?
Deixara o coração falar mais forte ao nosso amor?
Amor atraente, delinqüente e consequente.
Finais felizes ainda surgirão nessas e outras lapidadas histórias de amor, ou quem sabe...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

sensação inconfundível


- Um sentimento ruim,
passa diante de outro sentimento, que não consigo suportar. E esse que passa, debaixo de uma ponte intransferível vai complicando cada vez mais. Um sentimento, de perda que inocula dentro, de uma mente fraca, cheia de marcas e complicações, vai progredindo e piorando, saudade bate e judia do coração. Uma sublime, erudita e linda, exuberante, sexy mulher, consegue rapidamente influenciar um sentimento de culpa abstrato e muito conotativo. Não consigo suportar um vicio em declínio, pura imaturidade, a dor é imensurável, algumas visões vêm num ápice, retrocesso sombrio. Não consigo para de pensar em você, em algumas coisas que fiz e me arrependi e muito! Por sinal, o orgulho fala bem mais alto, compreendendo a situação, que finge passar despercebida.
As magoas que você guarda do passado, com certeza é muito forte, não é explicito, não quero te magoar mais, você já sofreu muito, não quero também que você sofra mais por minha causa, quero seu bem, quero que você fique com uma pessoa melhor do eu, você merece muito ser feliz, mas não consigo para de pensar em você, não quero ficar sem você, lógico que eu não mereço sou muito confuso por isso eu te peço desculpas e pelos meus erros. Não consigo descrever que eu estou sentindo nesse momento, é uma sensação muito boa, relembrando momentos juntos de você, e é claro que também passa um filme sem você, só vejo dificuldades ao meu redor. Não sei o que se passa pela sua cabeça, tenho uma breve intuição de que deve ser magoas tristezas, decepções, mas tem também há certo gostinho de “amor’’. Minhas sinceras desculpas por tudo que cometi, quero que continue comigo não se arrependerás mais, não se decepcionarás mais...
‘’ Você me faz me sentir mulher e especial, você ma faz feliz’’.
‘’ Não sei ao certo que eu significo realmente pra você, mas sei que você significa MUITO, pra mim, me dá carinho, me atenção, me escuta nas horas de alegria e de tristeza, me beija, me abraça e me completa, fazendo o possível pra me agradar... ’’
‘’Sei que você gosta de mim, mas eu descobri que sei gosto mais de você, e sei que vai valer a pena esperar que você me alcance em questão disso! ’’
‘’ Amor eu te amo viu meu loiro lindo!
Você é muito especial pra mim!
Você me faz sentir mulher!
Quero que você seja o único que fez a diferença pra mim pra eu poder fazer a diferença pra você também!
Adoro-te de paixão... ’’
‘’ eu espero um dia ouvir da sua boca finalmente que fui eu que te fiz sentir de um jeito que você nunca se sentiu antes, que eu sou tudo que você precisa, e que você não quer mais nada; então eu serei a única pra você e você o único pra mim. ’’

quarta-feira, 18 de março de 2009

Lamentação inútil




Não vou mais lamentar sobre a vida
Pois ela não está, tendo mais graça
Você não esta mais comigo
Morro de saudades
Seu corpo só
Fica chamando, eu querendo tento ir, mas não consigo.
Inerte eu estou guardado num baú a sete chaves
Como seu amor
Que eu nunca tivera e nunca terei.

Prisão






Viajando, caminhando saudavelmente.
Precisando mergulhar nas profundezas do mar, subalternando o infinito inconsequentemente.
Através da iniquidade causa danos imperceptíveis, hesitando no incognoscível.
Arrancando meu coração, que está pulsando sem parar.
Um amor quase perfeito, triste e infeliz.
Situa-se no infinito do meu coração que se cabara de findar.

Inusitado




Eu que um dia pensei que, não pensaria mais em você.
Eu que pensei que não veria mais você.
Eu pensei que não acreditava mais em você.
Eu pensei que seria feliz sem você.
Eu pensava que a felicidade sem você, era tristeza, contudo pensei não pensar mais em você.
Porque meu amor por você virou estilhaços de pedra, igual teu coração, triste, magoado, infeliz.
Que um dia tocara meu coração de uma maneira inesquecível que eu hesitara nunca acontecerem, pessoas murmuravam sobre essa parábola de nos dois ficarmos juntos.
Eu queria, você queria, nós queríamos.
Barreiras permanecem na longitude de um amor divino, sublime de quem você admirava tanto.
Eu aprendi a admirá-lo também, mas você não percebeu.
Distância separa meu amor por você, que parece você não ter por mim.
_ Falara não! Não da certo!
_ Somos diferente!
_ Eu perguntava como?
Respondia ela
_ Não sei!
O tempo foi passando lentamente, a impossibilidade de ficarmos juntos foi se distanciando cada vez mais.
Queríamos, quero pedir a você.
Fica comigo, seremos felizes, mas ela respondia –Impossível ficarmos juntos.
Admiravelmente saí diante dela. Não acreditando, sofrendo eu saí.
Meu coração magoado, angustiado.
Perguntando eu estava: como não entendo impossível.
Não falara nada mais meu coração.
Que partiu em mil pedaços, espalhando-se em detalhes insuficiente de crer naquilo que acontecera.
Teu coração maligno, insensível, cheio de trevas, eu não pensara mais
Eu não pensara mais, não pensara mais...